Moto-táxi, uma experiência inusitada.

Os moto-táxi invadiram a capital. Até dois anos atrás, eu os via apenas no interior. Confesso que o trânsito caótico e a violência exacerbada são fatores que não me favorecem pelo modal. Não estou aqui exatamente para criticar, todavia para contar uma história.
Em setembro do ano passado, final das minhas férias no interior, precisava falar com uma garota a qual não sabia o endereço nem o telefone. Havia apenas uma pista. Ela voltava do trabalho pela rua onde um amigo mora. E  pior que e nem percebi qual era o lugar onde ela trabalhava.
Fui, com o pretexto de fazer uma visita, na casa desse amigo, na esperança de vê-la passar. As horas iam e nada. Quase desisti. Já era tarde. Ela então passa em um moto-táxi, foi tão rápido que quase não percebi. Mais rápido eu montei na minha moto e saí em perseguição. Corrí demais para alcançá-la, e quando consegui, em uma curva, comecei a buzinar e gritar para o motorista parar.
-Ei garota, quero falar contigo, estava com saudades.
Preocupado com o moto-táxi, que poderia estar chateado pela demora, sugeri:
-Desce aí, vamos conversar, eu te levo em casa depois.
Olhando para o homem que dirigia a sua moto, e toda desconfiada, me disse:
-Ele é o meu pai.
Vocês precisavam ver a cara do moto-táxi.
Desde esse dia, eu percebi que moto-táxis não são apenas moto-guiadores-alugáveis, mas que podem ser também pais. Principalmente aqueles dos quais vc perseguiu a filha fazendo maior barulho e usando uma cantada barata.