quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O dia em que eu fui Aplicador (fiscal) da prova do ProJovem Urbano

Como a próxima postagem se refere ao vestibular 2010 da UFPA, sobre a visão de um fiscal, postarei este que se refere ao Projovem Urbano. Aconteceu ano passado e é um fato verídico!
Se você já passou por uma prova de vestibular, deve saber como é que é a organização, o rigor às regras. Esqueça tudo isso. A prova a qual fui aplicador não teve nada disso. Foi o inverso, aliás.
Primeiro que eu fui mandado para um bairro de risco à noite. Organização, horários e material, nem pensar!  E o pior é que o segundo fiscal que deveria me ajudar na sala não chegava... Só apareceu depois de uma meia hora de prova.
Era triste perceber que a maioria dos alunos não sabia nem como fazer a prova. Ainda teve quem ficasse com o maior "carão" quando eu me recusava a responder uma questão. "Não posso fazer isso, nem se quer vi a prova [...]" - eu sempre dizia tentando amenizar, pois qualquer deslize ali, poderia causar uma revolta e nós voltaríamos em um caixão. Sempre um clima tenso.
Tivemos que lidar com situações extremas, e sempre mantendo a calma. Permitir até que uma mulher entregasse a prova antes do tempo mínimo, mediante a sua justificativa que me deixou com calafrios: "Eu não posso ficar moço, eu fiz essa prova com pressa porque eu tenho que voltar rápido pra casa, pois meu marido é péssimo, ele é viciado, vai vender as coisas lá de casa [...]".
Meus amigos, que também foram fiscais, ainda me contaram outras histórias...
O último aluno entrega sua prova. Yeah! Tudo acabou! Nem tanto. Ainda havia uma triste realidade. Teríamos que pegar o ônibus de volta. Isso já era por volta de 22h30min. No Condor. Passamos o maior sufoco. Tinha uma galera da área tocando o maior terror...
Mas nem tudo foi tão ruim assim. Pelo menos, diante daquele medo claramente justificável, eu conheci uma garota de Turismo super interessante. Conversamos a viagem toda. Ônibus esse o qual eu subi sem saber direito seu destino, pois eu não poderia ficar sozinho ali, e para isso já havia planejado subir no primeiro que passasse.
Fui parar na Doca de Souza Franco. Local nobre, já estava fora de risco. Já poderia me considerar tranquilo. Era só pegar qualquer ônibus  que eu iria pra casa. Peraí! Não é tão perfeito assim. De tantos, ainda fui pegar o que bateria em um táxi logo a frente... Hehehehe, todavia, se tivesse sido tudo perfeito, esse post não teria graça.

 
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