Meu primeiro dia após o aumento da passagem de ônibus.

Mais um aumento. Inevitável não deixar meu protesto. Os fatos abaixo são tão reais quanto corriqueiros.

Saí às pressas, atrasado como sempre, com os dedos cruzados buscando na sorte a condição para a minha pontualidade. Finalmente na parada de ônibus, suado e ofegante, tive a certeza de que alguém lá no céu intercedeu por mim. Lá vem o meu coletivo.
- Oooopaaaaaaa! - gritei com sentimento de angústia quando o motorista simplesmente não quis parar.
- Eles não param para nós - disse-me uma senhora de certa idade - nem para estudante.
O sentimento de revolta tomou meu peito, entretanto sabia que a falta de educação, compromisso com o trabalho e infelicidade de um mero "motora" não poderia estragar meu dia, afinal, um estudante universitário não pode chegar à faculdade com seu rendimento abalado.
- Éeeeeeeeguaaa! De novo! - lamentei ao ver o segundo ônibus da mesma linha passando direto, depois de 20mim de espera. Sabia que meu humor já não seria mais o mesmo.
Quando algum senhor motorista detentor do poder que lhe foi concedido ao volante e pelo tamanho de seu veículo, resolveu parar para mim, ainda freou a dez metros. Tive que correr, já sob um sol escaldante, senão eles não esperam. Não esperam mesmo.
Finalmente cheguei ao meu destino, após ter sido esmagado contra as ferragens em uma curva, tendo que encarar um cobrador nada simpático, me batido naqueles bancos com assentos "quase pau-de-arara” e sofrido com as freadas e arrancadas, as quais nem os carros de transporte de animais o fazem, já que seus motoristas sabem da valiosidade de sua carga.
E hoje, ainda paguei mais por isso.